Como sua empresa pode reagir a crise do Coronavírus

Todos os dias somos bombardeados com notícias sobre a pandemia do novo coronavírus que está afetando pessoas, empresas e governos. Em primeiro lugar, é praticamente impossível se manter despreocupado diante dessa situação, afinal pessoas estão adoecendo, morrendo ou na melhor das hipóteses não conseguem dormir por não saber de onde tirar dinheiro para cumprir com as obrigações do mês seguinte.

O setor alimentício parece que foi o primeiro a se adaptar. O modelo de delivery, que só crescia nos últimos anos, agora se mostrou fundamental para a sobrevivência de muitas lanchonetes, restaurantes, supermercados etc. O setor sobrevive, pois está próximo do seu consumidor e consegue manter o modelo de entregas just in time, enquanto que em outros segmentos essa não é uma realidade tão simples.

A cadeia de suprimentos que funcionava organicamente está parada e com fronteiras fechadas. O distanciamento social e quarentena, levaram os produtos a pararem de circular e a engrenagem parou.  Ou seja, a economia global está travada e por isso as pessoas em casa começam a questionar seus comportamentos de consumo. Com muitos empregos em risco a maioria de nós já começa a economizar para gastar apenas com o necessário pelos próximos meses. Essa é a hora que você empreendedor precisa refletir.

Minha empresa é necessária?

Antes da crise do novo coronavírus, as empresas que não eram necessárias acabavam falindo de qualquer jeito, a diferença é que elas conseguiam durar mais, mas agora a morte é súbita!

Mas afinal, o que é uma empresa necessária e como se tornar uma?

E a resposta é simples, uma empresa necessária é aquela que resolve um problema. O mundo está cheio de problemas e agora mais do que nunca. Para saber se sua empresa é necessária nesse momento de crise você deve se perguntar: qual problema minha empresa resolve?

Qual problema minha empresa resolve?

Quando você encontrar a solução dessa resposta você vai entender que a sobrevivência do seu negócio depende proporcionalmente a quantidade de pessoas têm esse problema e precisam da sua solução. Pequenos restaurantes, por exemplo, resolvem o problema da fome. O ideal é que o ser humano se alimente três vezes ao dia e isso é um problemão, por isso encontramos tantos estabelecimentos do setor alimentício e são os últimos a serem afetados pela crise do coronavírus.

Uma empresa em sua essência deve nascer para atender a uma demanda. Um empreendedor de sucesso é aquele que olha a sua volta e observa as pessoas para encontrar os obstáculos que elas enfrentam, sendo assim uma empresa não deveria existir apenas para saciar a ganancia do empreendedor, elas devem existir para oferecer soluções para os problemas que a sociedade enfrenta.

Ok Entendi. Descobri o problema que a minha empresa resolve. E agora?

Agora você precisa gritar ao mundo qual problema você resolve. Usar as redes sociais para falar sobre esse problema, convidar sua equipe para produzir conteúdo sobre ele e deixar as pessoas saberem que você tem uma solução.

É preciso também estar atendo a jornada de compra do seu cliente para detectar em qual parte dessa jornada os efeitos da pandemia te atrapalham. Por exemplo, você é um personal trainner, sua academia está fechada e seus clientes em quarentena, como você pode ajuda-los a manter a forma? Ser você conhece e presta atenção nos seus clientes vai ser capaz de informar a eles que elaborou um treino especifico para cada um praticar em sua casa diariamente.

O problema que minha empresa resolve não é relevante

As empresas de aviação são as mais afetadas no momento, pois apesar de resolverem o problema de mobilidade urbana, nesse cenário ninguém pode sair de casa e as fronteiras estão se fechando. Esse é um exemplo de um setor que vai demorar bastante para se recuperar da crise, principalmente pelos altos custos operacionais.

Se o problema que a sua empresa resolve deixou de ser um problema relevante, pelo menos temporariamente, você precisa se reinventar. As companhias aéreas tem apostado em vendas de passagens para os meses futuros a preços muito competitivos para conseguir manter o fluxo de caixa. Uma solução para driblar os efeitos da crise é oferecer produtos com prazos de pagamento mais longos ou com facilitações, como por exemplo entradas mais baratas e distantes.

Por fim, ressalto que no geral todos nós estamos reaprendendo a viver. As relações de consumo, trabalho, educação e entretenimento estão passando por mudanças profundas e significativas que são compulsórias a todos. Adam Smith dizia que não é da benevolência do padeiro que vem nosso pão, mas da consideração que ele tem pelos próprios interesses. Pois bem, diante da atual situação o padeiro que não for benevolente e pensar apenas em seu próprio interesse está destinado a fechar a padaria.